terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Papel do Educador Musical no Brasil

A música é uma das mais antigas e valiosas formas de expressão da humanidade, contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, memória, raciocínio lógico, reflexão, habilidades intelectuais, concentração e disciplina. Sabe-se que a criança musicalizada tem mais chances de crescer sem preconceitos e torna-se sensivel a novas experiências. Apesar de sua importância, o ensino da música no Brasil parece ter ficado em segundo plano durante muitos anos.

O educador musical tornou-se um animador cultural após a substituição do canto orfeônico proposto por Villa-Lobos pela educação artistica em 1970. A música passou a servir de lazer e entretenimento e não como forma de conhecimento. Com o retorno do ensino obrigatório de música na educação básica de nosso país, através da Lei 11.769, o resgate do valor da música perante a sociedade parece criar possibilidades de se tornar possível.

Há, porém, uma grande preocupação no que diz respeito a citada lei. Foi vetado o inciso que defende que o ensino da música deve ser ministrado por professors com formação específica na área, o que pode comprometer a qualidade do ensino musical que será oferecido aos alunos. Sabe-se que, atualmente, o Brasil carece de profissionais habilitados para preencher todas as vagas do nosso vasto território, e os sistemas de ensino disporão de três anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas pela lei. Dessa forma, as Universidades não terão tempo hábil para a formação de número de profissionais suficiente para atuarem em salas de aula até o início das atividades. Este é, provavelmente, o motivo do veto e tem como razão o fato de que a música no Brasil é prática social com inúmeros profissionais atuantes reconhecidos em todo o país sem formação acadêmica ou oficial.

Torna-se necessária uma formação de qualidade do educador musical para que este possa ressaltar um ensino coletivo dinâmico, fazendo com que os alunos não percam a concentração e o interesse. É importante que o profissional tenha o domínio da área trabalhada e possa instituir gradualmente um ensino musical de qualidade, com metas pedagógicas precisas e contínuas. Acredita-se que, tendo objetivos claros e precisos e uma metodologia adequada, serão alcançados bons resultados nas propostas. Daí a importância de professores com formação específica. Muitos profissionais bons e atuantes práticos de nosso país não tem a visão do educador musical e acabam não conseguindo passar o conteúdo condizente e de forma dinâmica, sendo até comum que tenham uma metodologia mais voltada ao instrumento do que a educação musical em si.

Para que essa nova lei tenha um destino melhor do que muitas outras, as associações de classe, os coordenadores pedagógicos e professores da área devem trabalhar com responsabilidade junto ao MEC e às delegacias de ensino para a implantação de um ensino musical de qualidade. A disciplina de música deve ser vista com seriedade e não como recreação, pois é de grande importância para o estímulo da criatividade infantil bem como seu aprendizado em outras disciplinas, autoestima, habilidades intelectuas entre outros.

Atualmente, principalmente após a aprovação dessa nova lei, as universidades tem investido em cursos de licenciatura em música, inclusive na modalidade à distância, possibilitando a ampliação do acesso para cidades que não possuem universidade pública ou curso de educação musical e para estudantes com carga horária de trabalho que não tem condições de concluir um curso presencial. “O profissional deve dominar a questão da educação e da musica na educação, como construir feedbacks pedagogicamente corretos, ter boa experiência e boa performance musical, saber desenvolver projetos, conduzir aulas com diferentes idades, em diferentes locais e projetos sociais que demandam musica”, afirma a professora Isamara Alves Carvalho, bacharel em flauta doce pela UniFMU, mestre e doutora pela UFSCar.

Diante de todo o exposto, pode-se concluir que a música é reconhecidamente uma prática social cujo aprendizado contribui para o desenvolvimento psicomotor, emocional e afetivo, e seu retorno ao ensino básico irá favorecer em vários aspectos o desenvolvimento dos alunos, tanto na escola quanto na formação de caráter, conduta e sensibilidade. Ouvir música, aprender uma canção, criar instrumentos rítmicos são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela música, além de propiciar a vivência de elementos dessa linguagem. Espera-se que a visão atual da música como recreação e o preconceito por parte da sociedade com relação ao músico profissional mudem. Para isso, nós, educadores musicais, devemos fazer nossa parte, fazendo nosso trabalho com seriedade e procurando sempre novas metodologias para o ensino musical.

Referências Bibliográficas:



1. FONTERRADA, Marisa. De Tramas e Fios: Um ensaio sobre música e educação. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2008. 364 p. (Coleção Arte e Educação).

2. PEREIRA, Maria do Carmo; AMARAL, Sérgio. Música pela música. ETIC – Encontro de Iniciação Científica. Presidente Prudente, v.6, n.6, p. 1-8. 2010. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/view/2455/1979> Acesso em: 20 nov. 2011.

3. ACADEMIA BRASILEIRA DE DIREITO. Lei 11.769, de 18/08/2008. Disponível em: <http://www.abdir.com.br/doutrina/ver.asp?art_id=1669&categoria=Educacional> Acesso em: 20 nov. 2011.








segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Boa vindas!

Olá pessoal! 

Sejam bem-vindos a mais um espaço destinado à música!
Este blog foi criado com o objetivo de compartilhar tarefas e experiências acumuladas no decorrer do curso de Educação Musical da UFSCar, que iniciei esse ano, além de informações sobre música, eventos, vídeos e, claro, educação musical em nosso país!

Abraço a todos!